terça-feira, 13 de novembro de 2012

50 Tons de Violetta





- É como se você gritasse, mas ninguém pudesse ouvir. Você sempre se sente envergonhado, por alguém poder ser tão importante daquele jeito. Que sem essa pessoa você se sente um nada. Ninguém nunca vai entender o quanto isso dói. Você se sente sem esperança, como se nada pudesse te salvar. Tudo se foi e está acabado. Você quase deseja ter todas aquelas coisas ruins de volta, só para poder ter as boas...
-Não, pai, eu não vou deixar tudo isso acabar com minha vida, você não me entende e nunca irá me entender, pra você tudo isso é bobagem. – Eu, Martina gritava com meu pai como uma louca.
-Martina, quando você vai entender que esse cara não serve para você? Minha filha, se você pudesse escutar meus avisos seria bem melhor. – Meu pai implorava para que eu entendesse ele, mas não podia compreender o porque dele fazer aquilo comigo, tentar me segurar eternamente ao lado dele, tenho 16 anos, já sei tomar minhas próprias decisões, e mesmo assim ele insistia em me deixar mal;
-Pai, não vai adiantar você querer me pressionar, para esquecer o Jorge, ele se tornou o homem da minha vida. – Eu dizia saindo de casa correndo pelas ruas em direção a casa de Jorge.
 Meus passos corriam de pressa pelas ruas, eu queria apenas abraçar Jorge naquele momento, já tínhamos passado tantas coisas durante aqueles 6 meses que queríamos apenas ser feliz, mas meu pai impedia tudo e eu sabia o porque, ele nunca amou de verdade.
-Martina? – Jorge disse impressionado ao abrir a porta de sua casa. – O que você faz aqui meu amor?
-Jorge... – Eu disse desabando em seus braços. – Eu preciso de você. – Nesse momento, eu pude sentir os braços de Jorge me apertarem e os lábios quentes dele tocar minha testa.
-Por que Martina? O que aconteceu? – Ele disse demonstrando total preocupação em suas palavras.
-Ele não aceita e nunca irá aceitar o nosso namoro Jorge, temos que fugir, temos que fazer algo, meu pai nuca vai me deixar ser feliz.
-Mas Martina... – Ele disse.
-Mas nada Pablo, temos que ir antes que algo de ruim aconteça, eu sei que meu nunca vai nos deixar em paz. – Eu disse com firmeza;
-Gostaria tanto de ter começado diferente com seu Martina, mas pena que eu não posso mudar o passado, muito menos o futuro, nunca imaginei me arriscar tanto por você, nunca imaginei estar tão próximo a você...
6 Meses Antes...
- Martina Martina. – Mercedes me gritava pelos corredores da escola;
-O que foi amiga? – Eu perguntei um pouco assustada.
-Você já viu que tem aluno novo na escola? – Ela me disse empolgada.
-Não, por quê? – Eu lhe disse sem algum interesse.
-Ele é um gato Martina, você não tem ideia. –Mercedes me disse pulando e batendo palmas;
-Ok, Mercedes pode parar com isso, eu não quero namorar por agora, você sabe como eu sou, tenho que encontrar a pessoa perfeita para isso.
-Martina, se você não se interessar, nunca esse cara vai chegar para você; - Ela me disse me dando uma lição de moral.
-Vamos deixar tudo acontecer naturalmente? – Eu perguntei pra ela.
-Tudo bem. – Disse Mercedes não gostando muito da ideia.
 Mercedes e eu seguimos para nossa sala, e como sempre ela sentou ao lado de seu namorado Pablo Espinosa e eu fui para o outro lado da sala onde ficavam as janelas, sentei-me e olhei ao meu redor e lá no fundo, do outro lado, encontrei o garoto que Mercedes tanto falou. Eu me espantei com tanta beleza, ele olhava fixadamente para a lousa, quase sem piscar, até que seus olhos esquivaram-se para os meus e eu imediatamente desviei meu olhar dele. Aqueles olhos, aquela boca, aquele rosto, em deixam fascinada  eu passei a aula toda olhando para ele disfarçadamente, eu sentia que quando eu não olhava para ele, os olhos dele ficavam fixados em mim. O professor de português entrou na sala e logo foi escrevendo na lousa “Trabalho de Português, entrevista, conhecendo a sala”, que funcionaria da seguinte forma: todos os alunos estariam com seu nome escrito em um pequeno papel, então haveria um sorteio, e o outro aluno que pegasse o nome do outro deveria conhecer mais esse aluno, eu fiquei perplexo que poderia tirar o nome do aluno novo, mas não, havia tirado o meu próprio nome, então chamei o professor e lhe dei o papel de novo, e logo em seguida retirei outro, e o nome que havia pegado era desconhecido “Jorge Blanco”, então logo pensei comigo mesma, só pode ser o aluno novo, eu fiquei super feliz ao saber daquilo e logo fui preparando meu questionário.
-Olá. – Eu ouvi uma voz dizendo atrás de mim. Então rapidamente virei para ver quem era.
-Olá. – Disse quase gaguejando ao ver Jorge.
-Você se chama Martina? – Ele me disse dando um leve sorriso.
-Sim, sou eu. – Eu disse retribuindo o sorriso. – Mas por que está me perguntando?
-Por que eu tirei você na entrevista. – Eu fiquei muito feliz naquele momento, então percebi que o destino queria me ver ao lado de Jorge, não sei por qual motivo, mas algo muito especial o destino reservava para nós dois...

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